terça-feira, 24 de março de 2009

Imagine... - Relato nº 01

...que você é um estudante de faculdade do turno da noite, mas que, por duvidosa conveniência, também estuda pela manhã em alguns dias, onde “paga” apenas uma cadeira nos primeiros horários destes.

Como é praticamente inevitável o atraso, devido à aula na noite anterior e o fato de acordar (cedo) mais cansado que quando foi dormir, você sai apressado no carro de sua genitora, para não perder aquela única aula que você gosta de assistir, bem como a temida chamada.

Ah, e sua casa fica a consideráveis quilômetros de distância da faculdade (leia-se: longe que só a béstaféra).

Então, ainda acreditando que pode chegar com um atraso de pouco mais de 20 minutos, sua pessoa se depara com aquele inesperado e criador de tendências homicidas engarrafamento no começo da principal e longa avenida do seu percurso, a qual você terá que seguir até seu final.

Felizmente, após quase meia-hora de para-e-anda-a-10km/h, na metade da mencionada avenida você contorna o local do leve acidente que havia ocorrido ali entre dois veículos de duas pessoas do sexo feminino, e segue com aquela incessante pressa para tentar chegar o quanto antes à já meio-dada aula.

Chegando, às turras, à rua de acesso ao estacionamento da sua faculdade... mais trânsito. Desta vez, para entrar no local, que já estava lotado.

Após deslocar-se poucos metros num espaço de tempo de 20 minutos e o Bruce Dickinson gritar “run for your lives!” nos alto-falantes do seu possante, você decide ceder aos famigerados e odiados “flanelinhas” e estaciona numa vaga junto ao meio-fio, pensando, nesse momento, apenas em anotar do quadro a matéria já lecionada pelo professor e responder à chamada.

Por fim, entrando na sala, restando pouco para o fim da aula, você senta na primeira banca que vê vazia, passa a mão à testa para tirar o suor que começava a surgir, olha para frente e ouve o professor falar enquanto apaga o quadro:

“...e desculpem ter que liberá-los um pouco mais cedo, mas é devido à uma reunião de professores que vai acontecer agora. Ah, e hoje não vai haver, excepcionalmente, chamada. Até mais, pessoal.”

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Claro que isso é uma hipótese de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Daria até continuação de filme, veja você.

Qualquer dia desses escrevo um livro só com essas fábulas. Acho que sou predestinado.