Apoteótico.
Nenhum outro adjetivo seria mais pertinente a um show do Iron Maiden que este.
Janick Gers e sua característica irreverência, Dave Murray com sua discrição e precisão nos solos de guitarra, Adrian Smith com seu feeling colocado no mesmo instrumento, Nicko McBrain com seus sorrisos e caretas para o telão enquanto toca bateria, Steve Harris com sua seriedade de fundador da banda e Bruce Dickinson com seu inconteste vocal, juntos, proporcionam um dos maiores espetáculos que ainda se pode prestigiar, não somente pela grandiosa musicalidade, mas, não menos importante, pelos efeitos visuais e pirotecnias próprias da apresentação da banda.
Canções como The Trooper, Phantom of The Opera, Powerslave, Rime of The Ancient Mariner e Iron Maiden, todas da década de 80, são alguns exemplos de como ensandecer dezenas de milhares de pessoas e fazer, literalmente, tremer o solo de um Jockey Clube, causando espanto e êxtase desde o fã mais jovem até o velho admirador da donzela de ferro.
A apresentação de quase duas horas, que foi precedida de um curto e monótono show da bela Lauren Harris, fica marcada pela excelente qualidade de som (embora este nobre fã esperasse que o volume dos amplificadores e microfones fosse um pouco maior), a aparição do monstruoso Eddie cibernético de 3 ou 4m de altura (detalhe para a ausência do Eddie múmia que apareceu no show de SP) e todos os efeitos de luzes e cenários que mudavam, em poucos segundos, a cada canção terminada, dando uma maior dimensão à ideia de espetáculo musical.
Para os pouco mais de 20.000 fãs que compareceram à arena montada no Jockey, ficam as imagens e vídeos feitos para registrar esse momento único, há alguns tempos apenas sonhado, mas que por um excelente trabalho de produção ontem tornou-se realidade e, mais que isso, credenciou de vez o Recife como uma das capitais nacionais com toda a infra-estrutura suficiente para abrigar futuros grandes eventos musicais (os inúmeros playbacks do AC/DC tocados antes do show, juntamente com os boatos que vêm sendo difundidos há algum tempo, podem não ser mera coincidência).
E para os que não foram,
"we’ll be back in 2011."
